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O lado bom da vida - o livro



                Pat People, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiatria. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um “tempo separados”.
                Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusado a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.

                Quando eu terminei a leitura desse livro, me peguei pensando como é bom ler. Entrar na vida de outra pessoa e vivenciá-la e ter a oportunidade de aprender e crescer com ela.
                Confesso que esse ano estou bem devagar com minhas leituras, inclusive, estou resistindo a comprar mais livros enquanto não leio pelo menos 1/3 do que esta na espera e tanta coisa exige minha atenção e acabo sacrificando um pouco minha leitura.
                Fazia um bom tempo que não me dedicava a ler mais do que um capítulo antes de dormir. No entanto, esse livro tem um texto envolvente, uma história que nos leva a querer saber o que irá acontecer e capítulos curtos que ajudam a leitura a fluir. Eu finalizei a leitura em um único dia e nem passei o dia todo lendo, inclusive nesse dia fiz uma prova de concurso de 4 horas. Isso só demonstra o quanto esse livro é capaz de te envolver.
                Porém não confunda essa facilidade de leitura com falta de profundidade, pelo contrário o nosso personagem principal é um homem com um grave problema psíquico que toma uma quantidade enorme de medicamentos e se consulta com o psiquiatra semanalmente para conseguir controlar a raiva. Por outro lado, ele procura sempre ver o lado bom da vida e tenta a todo custo evoluir e melhorar, seja na questão física (por isso os exercícios) e também comportamental  (ele esta praticando ser gentil e não ter razão). Aliás poderíamos lançar uma campanha: “Pratique ser gentil e não ter razão”.

“Se as nuvens estão bloqueando o sol, sempre tento ver aquela luz por trás delas, o lado bom das coisas, e me lembro de continuar tentando, porque eu sei que, embora as coisas possam parecer sombrias agora, minha esposa logo voltará para mim. Ver o contorno brilhante desses tufos brancos e acinzentados é eletrizante. (...) Dói olhar para as nuvens, mas também ajuda, como a maioria das coisas que causam dor.”

Eu também tenho essa mania de ter fé na vida, de achar que no final vai dar tudo certo e que um gesto de amor pode mudar tudo. Acho que por isso que me envolvi tanto com a leitura. Eu simplesmente sou apaixonada por Pat Peoples e seu otimismo.
Outra coisa que Pat nos ensina é a tentar enxergar o outro sentir o que o outro sente e isso fica claro por exemplo na passagem em que um jogador de futebol do time adversário tenta o suicídio e Pat fica muito incomodado de como as pessoas podem se aproveitar de uma situação tão delicada:

“ Se Terrell Owens está realmente deprimido ou mentalmente instável, por que as pessoas que eu amo usam isso como uma desculpa para falar mal dele ?”

                O livro também nos leva a pensar em como se da às relações humanas, como cada pessoa se relaciona umas com as outras, como cada um externa ou não seus sentimentos e emoções. Isso pode ser visto pela forma que em que os personagens se relacionam, destaque aqui da relação do pai de Pat com toda a família.
                Outra coisa que podemos refletir é sobre o poder do esporte de criar unidade de fazer de todos irmãos. Um desafio da sociedade moderna é utilizar todo o potencial do esporte de criar esse clima de irmandade, porém de maneira a trabalhar as rivalidades para que pelo meio do caminho não surjam atos de selvageria e barbárie.
                Eu recomendo muito a leitura, porque apesar da vida não ser um filme de censura livre eu prefiro acreditar que todos tem direito ao seu “happy end” mesmo que não seja exatamente aquilo que sonhamos.



Título: O lado bom da vida
Autor: Matthew Quick
Gênero: Ficcção, Romance
Ano: 2012
Editora: Intrínseca
Páginas: 254

Dani Moraes

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